Título: Fragmentos

Técnica e material: Acrílica sobre tela

Dimensão (altura x largura x profundidade): 100,00 x 100,00 x 3,00 cm

Ano: 2020

Descrição (contexto, ideia e inspiração):  Essa pintura pertence a séria: " Matéria, Memória e Imagem". As imagens escolhidas são detalhes das esquadrias típicas de Veneza. Quando estava selecionando as imagens, era abril, a Itália estava passando por um grave problema decorrente do COVID-19. Estava muito preocupada com a minha família, eles são dessa região. Além disso, ao selecionar essas imagens, lembrei-me de um trabalho que realizei quando era estudante de arquitetura no Mackenzie. Tratava-se de um relatório de uma viagem que realizei para a Itália, nesta ocasião aproveitei para rever a minha família. Esse relatório continha informações sobre edificações arquitetônicas. Ao coletar as imagens para essa pintura, todas essas lembranças vieram à tona. Esse período de isolamento social, onde as relações pessoais passaram a ser feitas a distância, reforçou ainda mais a busca por imagens que tivessem algum apelo de memória individual.  As escolhas de imagens arquitetônicas está relacionada ao fato que sou arquiteta e também artista visual, sendo uma forma de unir as duas formações.

Com relação ao processo com o acréscimo  das imagens surge de modo natural um novo processo artístico, composto por diferentes elementos artísticos: o estêncil (gravura), as imagens  arquitetônicas (fotografia internet), o Autocad (software da arquitetura) e a pintura. Essas imagens arquitetônicas serão retiradas da  internet, as quais posteriormente serão transferidos para o Autocad onde as imagens serão retrabalhadas visando a simplificação das  suas formas surgindo assim, uma nova imagem. Depois está imagem será impressa e transferida para o estêncil e depois para a pintura.  Resultando em uma pintura híbrida. Esse novo processo mencionado passa pelos três paradigmas da imagem: pré-fotográfico, fotográfico e  pós-fotográfico.

O resultado é uma pintura  mais matérica e por sua vez, as imagens começam a sofrer interferências com a materialidade da pintura, que acaba alterando-as se tornando mais fluidas gestuais e com movimentos, de modo a transbordar para fora do limite da pintura. Resultando em uma pintura matérica, gestual, fluida e carregada de memórias. Surgindo assim uma artista da paisagem da memória cuja as pinturas tornam-se testemunho das riquezas afetivas que a artista oferece ao espectador com a intimidade de quem mostra um diário.

O nome da pintura Fragmentos surgiu quando a mesma estava finalizada, como se fosse uma metáfora dessa coleta de imagens que ao dialogarem com a materialidade da tinta sofrem transformações e desgastes, diluindo assim, nesse campo pictórico. O resultado dessas imagens lembra fragmentos dessas memórias.

 

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