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Concreto Armado II 

Performance, 2021.

Washington Pastore 

Diante do cenário atual, pandêmico mundial, nos deparamos com os antigos ¨Gigantes¨ dominadores, comandantes ¨eugenistas¨, ¨higienistas¨, racistas, ¨lgbtqia+fóbicos¨, sobre tal patriarcado cisgênero, a montar de maneira explícita, dilacerante e vulgar os ¨Cavalos¨, seres concretos da base da pirâmide social, a população menos privilegiada, a manter e sustentar essa torre abominável do sistema capitalisma. As imagens, correlações existentes na figura criada é vasta, do controle das massas (mental, social, cultural), ao sistema econômico vigente; esse ser concreto criado a partir da ilustração e referência ao conjunto de estrutura arquitetônico, brinca com o arame do lado de fora  ̈que teria baixa resistência a tração¨, sustentado por tal corpo cinza, que teria ¨alta resistência à compressão¨, conjunto esse que por tal alegoria, pode nos ofertar inúmeras leituras, do ¨cavalo¨ reconhecido em instituições espirituais - religiões, ao animal ¨irracional¨ e inerte aos acontecidos, regido por algo que não sabe e não entende os signos do dominador, a não ser o chicote, o estribo, a espora e o capim. A proposição busca iluminar o es(x)pectador ao estado do ser enquanto indivíduo constituído de saber, por vezes neurótico, bitolado, alienado, alheio de própria realidade, alimentado por ilusões e mantido dentro desse mundo ao qual o quer como tributável, manso em ações, controlado e na conformidade de estereótipos pré-estabelecidos. Entre tantas outras possibilidades de alusão da contemporaneidade, o Gigante, esse ser que em muito aparece no ambiente mitológico por todo o mundo, denota a monstruosidade de dominância bestial, de Davi e Golias à gigantes nórdicos, ou ainda João e o pé de feijão, entre outros. A construção imagética da junção da obra do artista e arquiteto Daniel Paschoalin - o Gigante - (de arame metálico) e crítica visual - o homem concreto - do artista e performer Washington Pastore, remonta a história da arte, essa que é fundida inexoravelmente a história da humanidade e  a história da manutenção do poder. Das relações de trabalho, garantias constitucionais, liberdade de expressão e sexual, originam diversos questionamentos, dentre eles: O que se faz concreto nas relações humanas? Quem somos diante dos vetores que nos constituem diametralmente? Como nos sustentar com a estrutura a qual somos mantidos? E que corpo é esse que vai além do entendido corpo físico,  aos corpos virtuais, espectros de nossa construção?

Frente a dicotomia do concreto armado e o simbolo criado, como manter-se ainda juntos, na suspensão e sustentação de tal sistema?

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