"EscavaçõesXXI"
ano 2020
Técnica mista: madeira, cimento e cera de abelha
Dimensões: 12,00 X 60,00 X 127,00 cm
A obra apresentada, faze parte de um projeto de exposição intitulado “Escavações”.
Na arqueologia a escavação é uma fase crucial, é o momento que se descobre os artefatos que ficaram soterrados por camadas de sedimentos.
Ao contrário da arqueologia que se baseia nos vestígios encontrados nas escavações para uma análise histórica, nas obras apresentadas, são os sedimentos que têm a sua representação simbólica das camadas que compõe a psique humana.
Os trabalhos representam sedimentos acumulados pela passagem do tempo, originados pelos sentimentos não expressados. A proposta é escavar este “entulho” emocional enterrado e ao se revelar, trazer a libertação e cura definitiva, tanto individual como coletiva. A intenção também é questionar os vazios, decorrentes da retirada das camadas.
As letras que aparecem nas obras representam estes sentimentos soterrados, palavras que se perderam quando não verbalizadas. Para onde vão os nossos silêncios quando deixamos de dizer o que sentimos?
A cera de abelha utilizada nas obras têm como proposito criar um ambiente orgânico e vivo, onde tudo se molda e se transforma como no ciclo da vida, assim como as madeiras que compõe os trabalhos, através dos seus veios, representam a sedimentação e passagem do tempo.
Os mapas topográficos quando adquirem formas de nuvens, são ideias ainda em construção, aquilo que não se concretizou ou se expressou, e, se não entrarem no nível da realização e experimentação se cristalizam nas camadas endurecidas pelo tempo.
As esferas quando utilizadas nos trabalhos representam a mobilidade o elemento que consegue atravessar as barreiras o entulho, o que traz a luz e possibilita a cura.
A proposta desta série é provocar no espectador questionamentos sobre o tema e suas representações simbólicas, existem pistas possíveis e perguntas que surgem ao redor de cada elemento reunido nas obras.
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