Sem título - da série: Construindo a Paisagem
Xilogravura sobre papel
98 x 50 cm - 2021
Para o 18º Território das Artes de Araraquara, apresento dois trabalhos recentes, da série que venho desenvolvendo, composta de matrizes de xilogravura, num exercício de adaptação e encaixe, a partir da seleção de madeiras, sarrafos e ripas descartadas diariamente na cidade de São Paulo.
Trabalho esse material para ser uma matriz escultura gravável, reinserindo a madeira em novo circuito e novo uso como objeto de arte. Viso obter resultados da hibridação da xilogravura com a tridimensionalidade da escultura e da instalação, materializando alguns desafios da contemporaneidade, tais como resolver o jogo entre imperfeições e adaptações ao meio, encontrar meios de encaixe e sublevação do ser, sobretudo, rompendo os limites da gravura em direção ao campo da experimentação contemporânea. As matrizes se unem como um jogo de encaixe, como peças de um quebra-cabeça abstrato e irregular, com seus ruídos, mas também com sua beleza, ressaltada pelo trabalho de preparação da madeira que, ainda sim, preservará a memória de sua procedência. Teremos então a gravura impressa, mas também a matriz escultórica como obra final.
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