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Concreto Armado II 

Performance, 2021.

Washington Pastore 

A partir de pesquisa e produção da série ¨Concreto Armado¨,  pintura em acrílica sobre tela (2015), a retratar  homoafetividade e o entendimento da mesma com pergunta cerne da série -  ¨O que se faz de concreto nas relações humanas?¨,  no mesmo ano foi levado às ruas do centro de São Carlos (região central do estado de São Paulo),e à frente do Fórum ¨velho¨ (criminal), o autor, artista visual Washington Pastore, numa performance de corpo pintado e uma das obras, sendo  documentado pelo fotógrafo Will Veltroni, gerando assim a fotoperformance ¨Concreto Armado¨. 

Posteriormente em pesquisa a outros artistas e assuntos da contemporaneidade, viu a necessidade de revisitar a performance e crescer,  abrangendo a temática, de maneira sutil, a provocar o pensamento crítico e analítico; por sua vez ao acompanhar a produção do artista plástico Daniel Paschoalin, e sua obra “Gigante¨, escultura/obra de arame com 170 centímetros (tronco de figura humana ¨gigantesca¨), funde a ideia desse ¨ser concreto¨ (contraponto do performer e da obra escultórica), baseado no conceito do Concreto Armado - sistema estrutural da construção civil que se tornou um dos mais importantes elementos da arquitetura do século xx.


¨Concreto armado é um tipo de estrutura que utiliza armações feitas com barras de aço. Essas ferragens são utilizadas devido à baixa resistência aos esforços de tração do concreto, que tem alta resistência à compressão.¨

A proposta de revisitar a performance ¨Concreto Armado¨, deu-se na intenção de realizar em local público, a priori para o projeto e edital aprovado pela Prefeitura Municipal de São Carlos, através da Lei Aldir Blanc (LAB 2020), tendo apoio institucional da Fundação Pró-Memória (São Carlos) e Associação Instituto Cultural Janela Aberta (ICJA, São Carlos), realizado na Estação Cultura e seu entorno, a estação ferroviária local (símbolo arquitetônico do imperialismo inglês no transporte ferroviário e direta influência no contexto da globalização e ambiente pós revolução industrial); nova performance documentada (foto e vídeo), fotoperformance, onde o artista carregou em seus ombros como um ¨cavalo¨ a escultura citada, com seu corpo caracterizado (bodyart) como esse ¨ser de concreto¨, e já dando indicações de leitura da obra e entendimento, ao mesmo tempo que desnuda o conceito e desassocia de forma real a unidade da estrutura do Concreto Armado, visto que o arame está exposto e sendo carregado, fora do concreto, ou seja perdendo sua real função, metáfora ao (c)sistema de sustentação das instituições, reais; Gigantes que têm nomes, conceitos e por vezes vazios em contribuição evolutiva social ¨carregados/sustentados¨ por seres reais invisibilizados pelas mesmas: sejam grandes corporações, a família, a ¨escola¨, as religiões, o sistema político econômico, etc.

A música concreta de Pierre Schaeffer ¨Étude de Bruits¨ (Estudo de ruídos) ajuda construir o conceito dessas obras (assim como foi trilha de instalação e exposição da série Concreto Armado, 2015, no ICJA), constituindo também base para a documentação fílmica da performance 2021, da mesma forma, como ilustração e inspiração o tão atual Ferreira Goulart (concretismo e neoconcretismo), em “Traduzir-se” e “Não cabe no poema”.

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